58 research outputs found

    UM ACERTO DE CONTAS COM A CIÊNCIA DA LITERATURA

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    Este artigo tem a intenção de reconsiderar, sob uma perspectiva analítica, a possibilidade de constituir uma ciência da literatura autônoma. Argumentar-se-á que tal tarefa não é possível, por conta da ontologia subjetiva dos fenômenos literários, e que a tentativa de realizá-la constitui uma ilusão que prejudica tanto a compreensão da literatura quanto o seu ensino. A conclusão é que o estudo e o ensino da literatura devem andar lado a lado, imersas em um estudo da cultura em sentido mais amplo, pois é somente no âmbito de uma cultura que a literatura existe

    O Contextualismo de John Searle

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    TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Comunicação e Expressão.Curso de Licenciatura e Bacharelado em Língua Portuguesa e Literaturas em Língua PortuguesaO objetivo principal deste trabalho é analisar criticamente a modalidade de contextualismo assumida pelo filósofo norte-americano John R. Searle. A motivação inicial para investir em um tema tão inusitado para linguística é o fato de que a obra desse autor tem rendido, nas últimas décadas, algumas apreciações que não a fazem justiça, da parte de alguns linguistas brasileiros. Uma das consequências pretendidas por este estudo, será, pois, a de atentar para a necessidade de reavaliar tais concepções. Contudo, a principal razão de ser desta empreitada é mostrar que o contextualismo dos escritos de Searle apresenta, para qualquer um interessado nos estudos da linguagem, propostas e desafios que merecem ser considerados, como, por exemplo, a posição (talvez excessivamente) radical a que uma utilização irrestrita de alegações de dependência contextual parece conduzir

    The Radical Unacceptability Hypothesis: Accounting for Unacceptability without Universal Constraints

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    The Radical Unacceptability Hypothesis (RUH) has been proposed as a way of explaining the unacceptability of extraction from islands and frozen structures. This hypothesis explicitly assumes a distinction between unacceptability due to violations of local well-formedness conditions—conditions on constituency, constituent order, and morphological form—and unacceptability due to extra-grammatical factors. We explore the RUH with respect to classical islands, and extend it to a broader range of phenomena, including freezing, A′ chain interactions, zero-relative clauses, topic islands, weak crossover, extraction from subjects and parasitic gaps, and sensitivity to information structure. The picture that emerges is consistent with the RUH, and suggests more generally that the unacceptability of extraction from otherwise well-formed configurations reflects non-syntactic factors, not principles of grammar.Peer Reviewe

    Quine and Searle on meaning

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    This article hopes, primarily, to present Quine’s objections to the mentalistic theory of meaning. Then, we attempt to show that Quine’s rejection is not grounded on good reasons, and that it leads to certain incoherencies. Lastly, we present some mentalistic alternatives, specially Searle´s theory, sustaining that meaning is a useful notion in semantics.Key words: meaning, W.V. Quine, J. Searle, mentalism, cognition.</p

    Uma análise cognitiva da conjunção proposicional: revisando o paradigma griceano

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2017.Esta dissertação trata do problema de como chegamos às diversas interpretações da conjunção proposicional nas línguas naturais. Por "conjunção proposicional?" entendo o emprego de um item lexical como o "e" entre constituintes que expressem semanticamente uma Situação, isto é, um Evento, um Estado ou um Processo. A conjunção proposicional é um tema clássico no estudo da linguagem, e, por isso, resolvi prefixar à minha proposta positiva uma série de críticas a um célebre modo de abordar essa questão, que foi instituído por Grice (1981, 1989). Esta dissertação pode, pois, ser compreendida como uma tentativa de superar as falhas da análise griceana, sublinhando, entretanto, suas qualidades e preservando sua ferramentaria básica. A tradição griceana percebeu corretamente que três elementos são essenciais em qualquer explicação para a variedade de leituras da conjunção: (1) heurísticas pragmático-cognitivas; (2) uma noção de inferência pragmática baseada nessas heurísticas e, por fim, (3) um conteúdo semântico mínimo, a ser inferencialmente desenvolvido de acordo com essas heurísticas. Entretanto, todas as provisões pessoais de Grice a respeito desses pontos são insatisfatórias, a saber: (1) a heurística em questão é uma máxima icônica de sequenciação; (2) a inferência em questão é uma implicatura e (3) o conteúdo semântico mínimo é uma função de verdade, tal qual definida na lógica proposicional clássica. Consequentemente, busquei, na última parte desta dissertação, esboçar uma solução melhor para cada um desses problemas. Resumo-a aqui: (1) a heurística em questão é o princípio comunicativo da relevância, tal qual definido em Sperber e Wilson (1995); (2) a inferência em questão é um tipo de modulação, ou, mais especificamente, de enriquecimento pragmático livre, tal qual definido por Recanati (2010) e, enfim, (3) o conteúdo semântico mínimo da conjunção - isto é, aquele que está associado ao "e" pelas regras lexicais da língua - é o que chamei de FUNDIR, uma função conceitual que captura a noção de integração entre eventualidades. Esses três eixos configuram um modelo híbrido que busca não apenas refutar as soluções de Grice, mas também superá-las, dando um tratamento devido a cada uma das faces do problema da interpretação da conjunção.Abstract : This dissertation deals with the problem of how we interpret propositional conjunctions in natural languages. By "propositional conjunction" I mean the use of a lexical item like "and" between constituents that semantically express a Situation, that is, an Event, a State or a Process. Propositional conjunction, so defined, is a classical topic in the study of language, and, therefore, I chose to prefix my own proposal with a series of criticisms on a famous way of approaching this issue, a way that was instituted by Grice (1981, 1989). This dissertation can, thus, be understood as an attempt to overcome the flaws inherent to Grice?s analysis, underlining, however, its qualities and preserving its basic toolkit. The gricean tradition correctly perceived that three elements were essential in any explanation for the variety of readings the conjunction receives: (1) cognitive-pragmatic heuristics; (2) a certain notion of pragmatic inference based on those heuristics and, at last, (3) a minimal semantic content, to be inferentially developed according those heuristics. However, Grice's own personal provisions regarding these points are all unsatisfactory, namely: (1) the heuristic in question is an iconic sequencing maxim; (2) the inference in question is an implicature and (3) the minimal semantic content is a truth function, as defined in classical propositional logic. Consequently, I felt a better solution to each one of these issues was in order. My proposal says, in a nutshell, that: (1) the heuristic in question is the communicative principle of relevance, as defined in Sperber and Wilson (1995); (2) the inference in question is a kind of modulation, or, more specifically, of free pragmatic enrichment, as defined by Recanati (2010), and, at last, (3) the minimal semantic content of the conjunction - that is, the one associated with "and" through the lexical rules of the language - is what I called FUSE, a conceptual function that captures the notion of integration among eventualities. These three matters build up to a hybrid model that hopes not only to refute Grice's own solutions, but also to surpass them, by offering an adequate treatment to each aspect regarding the problem of the interpretation of the conjunction

    Propriedades do modal deôntico ought-to-be

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    In this article, we discuss different concepts of obligation based on the distinction originally established by Feldman (1986): (i) ought-to-be interpretation, which involves a property that a certain state of affairs must occur; and (ii) ought-to-do interpretation, which relates an agent to a state of affairs. We assume this conceptual distinction results from structural differences. In this line of argument, we follow authors like Brennan (1993) and Hacquard (2006, 2010). Since there isn’t yet a proposal of structural representation in the literature that contemplates the ought-to-be interpretation, we searched for evidence in Brazilian Portuguese to ascertain more precisely the position at which this deontic is structurally merged in order to generate its interpretation. We scrutinized factors such as the deontic’s orientation, its relation to other modal heads and also to tense and aspect categories. Our tests confirmed the existence of a high deontic (ought-to-be). This particular modal displays the properties of a directive speech act, being oriented towards an agent in the speech situation (usually the addressee), and it does not bear aspect or tense markers. Even though ought-to-be deontics don’t share all of these properties with the epistemics, there is evidence that they occupy the same position in the structure. Lastly, we also suggested that ought-to-be, ought-to-do deontics and epistemics can be distinguished on the basis of two features: agentivity [Ag] and assertion [Assert].Neste artigo, discutimos diferentes conceitos de obrigação a partir da distinção estabelecida por feldman (1986): (i) interpretação ought-to-be, que envolve uma propriedade de um estado de coisas que deve ocorrer; e (ii) interpretação ought-to-do, que relaciona um agente a um estado de coisas. supomos que tal distinção conceitual resulta de diferenças estruturais. nessa linha, seguimos brennan (1993) e hacquard (2006, 2010). como ainda não há na literatura uma proposta de representação estrutural que dê conta da interpretação ought-to-be, buscamos evidências no português brasileiro para depreender mais precisamente a posição em que o deôntico é concatenado na estrutura para gerar essa interpetação. analisamos fatores como orientação dos deônticos, relação com outros núcleos modais e com categorias de tempo e aspecto. nossos testes apontaram para a existência de um deôntico alto (ought-to-be). este exibe propriedades de um ato de fala diretivo, é orientado para um agente na situação de fala (geralmente o addressee) e não carrega marcas de tempo ou aspecto. embora o deôntico ought-to-be não compartilhe todas essas propriedades com o modal epistêmico, há evidências de que esses modais ocupam a mesma posição na estrutura. por fim, propomos distinguir deônticos ought-to-be de epistêmicos e de deônticos ought-to-do a partir de dois traços: agentividade [ag] e asserção [assert]

    O significado em Quine e Searle

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    This article hopes, primarily, to present Quine’s objections to the mentalistic theory of meaning. Then, we attempt to show that Quine’s rejection is not grounded on good reasons, and that it leads to certain incoherencies. Lastly, we present some mentalistic alternatives, specially Searle´s theory, sustaining that meaning is a useful notion in semantics.Key words: meaning, W.V. Quine, J. Searle, mentalism, cognition.Este artigo procura, primeiramente, apresentar as objeções de Quine à teoria mentalista do signifi cado. Em seguida, tentamos mostrar que a rejeição de Quine não se baseia em bons argumentos, e que leva a certas incoerências. Por fim, apresentamos algumas alternativas mentalistas, em especial a teoria de Searle, na defesa da noção de signifi cado em semântica.Palavras-chave: significado, W.V. Quine, J. Searle, mentalismo, cognição

    Predicados inacusativos e a modalidade deôntica

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    Esta pesquisa está embasada teoricamente na proposta da Hacquard (2006, 2010), para quem os modais são operadores sobre eventos. Em relação aos deônticos, a autora assume a existência de dois tipos: ought-to-do, que acessam o evento VP; e ought-to-be, que acessam o evento de fala. Deacordo com Pires de Oliveira e Rech (2016), os deônticos – tanto ought-to-do quanto ought-to-be – têm que checar o traço [+Ag] com um dos participantes do evento sobre o qual operam. Se essa hipótese estiver correta, é esperada uma restrição por parte de predicados inacusativos – que não selecionam argumento com propriedades de agente – a deônticos ought-to-do. Constatamos, entretanto, que inacusativos cujo argumento pode atuar nas fases preparatórias da eventualidade descrita no VP disponibilizam essa interpretação ao modal. Neste artigo, desenvolvemos uma proposta, a partir de Rothstein (2004), para explicar como esses inacusativos figuram com deônticos que são interpretados em posição baixa, em que a checagem do traço [+Ag] é feita com um participante do evento VP. A nossa solução foi postular uma estrutura de evento enriquecida para esses inacusativos, que têm em comum constituírem predicados de achievement relacionados a movimento em direção a um lugar físico (chegar, sair, entrar, aparecer, surgir...). Por fim, argumentamos – com base em diferenças relativas a aspecto e à seleção de um argumento que possaatuar nas fases preparatórias do evento – que nem todos os inacusativos apresentam uma estrutura enriquecida que permite sua interação com deônticos ought-to-do

    Anti-reflexivity and logophoricity: an account of unexpected reflexivization contrasts

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    In this article, I will provide an account of unexpected reflexivization contrasts (URCs) which have been problematic for analyses of English reflexives since the early days of Generative Grammar (Jackendoff 1969; Postal 1968; Lakoff 1968). These contrasts were the main motivation for introducing thematic conditions on reflexivization (Jackendoff 1972; Wilkins 1988). I will argue that thematically-based accounts are empirically inadequate and that, when the reflexivity-and-chains approach of Reinhart & Reuland (1993) is paired with an enriched conception of compositionality and a theory of logophoric discourse roles, the problem of URCs can be reduced to the more tractable problem of logophoric reflexives. This, however, requires that logophoric reflexives be seen not as 'exempt', but as tolerable violations of Condition A (Menuzzi 1999). I will argue that these violations, under adequate circumstances (e.g., when they occur within 'anti-reflexive predicates'), give rise to logophoric interpretations. The unexpected reflexivization contrasts turn out to be a byproduct of the particular animacy requirement logophoric expressions place on their antecedents
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